Lourdes é uma pequena cidade localizada
no sudoeste da França, nos montes Pireneus,
pertencente à diocese de Tarbes; um dos santuários marianos mais frequentados.
No local das aparições, passa o rio Gave.
Ao lado está o rochedo Massabielle.
Esta rocha forma uma reentrância oval,
que é a chamada gruta Massabielle, onde Nossa
Senhora apareceu 18 vezes, no ano de 1858.
História da Aparição.
1ª Aparição - 11 de fevereiro de 1858.
Quinta Feira, um dia como outros.
Era inverno; às 11 horas da manhã,
quando Bernadete observou que tinha
acabado a lenha.
Seu pai estava ainda deitado.
Não tinha trabalho. Economizava as forças
para outro dia. 0 tempo não era convidativo
para sair de casa. Chuviscava e havia nevoeiro.
Logo apanhou sua capa, chamou sua irmã
Antonieta Peyret (companheira de Bernardette)
e convidou Joana Abadie, uma moça robusta
e forte, para acompanhá-las.
A mãe proibiu: "Bernadete, não".
Ela pensava no frio que fazia e que poderia trazer
consequências à asma de sua filha.
Mas ela insistiu carinhosamente, dizendo-lhe
que teria cuidado para não se molhar e que iria
com o capuz branco e o chale.
A mãe concordou.
Saem as três meninas no afã de cumprirem
a tarefa, passam pela pradaria do Paraíso.
A ponte do canal que movimenta o moinho Savy,
entram na pradaria do senhor La Fitte
e chegam na ponta de areia do rio Gave.
À esquerda, levanta-se uma rocha íngreme,
com uma gruta na base.
É a chamada gruta Massabieille .
Embora é chamada de gruta, na verdade, ela
é constituída de uma acentuada
concavidade na rocha.
A água do canal que movimenta os moinhos,
banha-lhe o lado esquerdo e segue
em direção ao Gave.
Joana passa para o outro lado do canal, com
o pequeno feixe de lenha na cabeça.
Antonieta faz o mesmo, levando a lenha na mão.
Como já do outro lado, as duas se manifestaram,
dizendo que a água do canal estava muito gelada, Bernadette permaneceu ali, sem saber o que fazer,
com receios de pisar na água fria, por causa da
asma, lembrando-se das recomendações de sua mãe.
Enquanto as duas corriam pela praia do Gave,
a procura de lenha, ela depois de procurar sem êxito,
um lugar melhor para atravessar, sentou-se
na margem do canal, em frente à gruta,
tirou uma das meias e preparava-se para tirar
a meia do outro pé, quando de repente,
ouviu um barulho, "como se fosse um sopro de vento".
Não vê nada.
Olhou para trás e observou que as folhas das
árvores não se moviam.
Apareceu uma "luz suave" que iluminou
profusamente todo aquele lugar sombrio.
E, no meio dela, surge uma SENHORA maravilhosa, aparentando a idade de 16 a 18 anos.
Estava de pé, vestida de branco.
O véu que cobria a cabeça descia até os pés.
Em redor da cintura, tinha uma estreita faixa azul.
No braço direito, levava um terço.
Mantinha as mãos juntas e, nos pés, viam-se
duas rosas douradas.
Abre os braços num gesto de acolhimento,
como quem convida à aproximar-se.
Ela fica espantada. É como se tivesse medo.
"Não para fugir explica melhor, mas pela emoção
do inusitado e adorável encontro".
Esfregou os olhos diversas
vezes, para inteirar-se que não era um sonho.
Que realmente estava diante de uma visão
encantadora, que lhe sorria afetuosamente.
Então conta, Bernadette:
- "Coloquei a mão no bolso e encontrei o terço.
Queria fazer o Sinal da Cruz, mas não pude levar
a mão até a cabeça.
A mão caiu-me. 0 espanto apossou-se de mim
mais fortemente, a minha mão tremia.
A visão fez o Sinal da Cruz.
Então tentei a segunda vez.
E então pude. Logo que fiz o Sinal da Cruz,
a grande comoção que sentia desapareceu.
Pus-me de joelhos
e rezei o terço na presença dessa linda Senhora.
A Visão fazia passar as contas do Seu Terço
com os dedos, mas não mexia os lábios.
Quando acabei o terço, ELA fez um sinal para aproximar-me. Mas não ousei. Então desapareceu
de repente".
Depois do extraordinário acontecimento, Bernadete
sentiu uma imensa felicidade que envolveu
completamente a sua alma, de uma deliciosa
satisfação que lhe tirava todas as forças,
para qualquer iniciativa.
Atravessou o canal sem dificuldades.
As águas estavam ligeiramente "aquecidas".
Sentou-se numa das grandes pedras que se
encontravam na entrada da gruta e permaneceu
silenciosa e pensativa.
Voltam suas companheiras com uma boa provisão
de lenha e começam a dançar e pular na entrada
da gruta, para comemorar o êxito da missão.
Não gostando de vê-las assim, para distraí-las pergunta:
- "Não viram nada"?
- "E tu, que é que viste"?
Ela compreende o mistério que acabava de
acontecer e sente que terá que guardar este segredo,
e por isso muda de assunto:
- "Sois umas enganadoras. Vocês disseram que
a água do canal estava fria, achei-a agradável,
estava morna".
Antonieta e Joana não a levaram a sério,
porque quando atravessaram o canal, a água
estava tão gelada, que do outro
lado, tiveram que esfregar os pés, fazendo
massagem para aquecê-los.
Bernadette sentindo necessidade de falar, de contar
aquela maravilhosa experiência, em duas palavras
narra tudo a Antonieta. Mas a irmã não acredita
e pensa que Bernadette está querendo
incutir-lhe medo.
Pega a lenha e também acelera o passo para casa.
Mas o caso dá para pensar, porque o acontecido
é por demais singular.
Antonieta, apesar de ter prometido, em casa,
na primeira oportunidade, "bate com a língua nos
dentes" e conta tudo à sua mãe.
Luiza fica assustada "e quer saber toda história
e muito direitinho"!
Por isso, convoca a filha. Entre o susto e o medo,
ela quase nada falou.
Sua mãe a repreende por tal comportamento
e o pai, que ainda estava deitado, acrescenta que
não quer os olhares dos outros caçoando
de ninguém da família.
À noite, na hora das orações, chorou muito.
Estava bastante comovida com tudo o que
lhe havia acontecido.
Sua mãe faz-lhe outras perguntas,
mas ela nada respondeu.
Entretanto, no dia seguinte, ela sente-se atraída
a voltar à gruta.
A mãe não lhe deixa e imperiosamente ordena:
"Para o trabalho". Ela obedece.
Na tarde de sábado, dia 13, decide ir confessar-se.
Conta tudo ao padre Pomian, que, silenciosamente,
ouviu o depoimento.