Nazaré: o lugar onde Deus encarnou no seio de uma
Virgem. Foi aí que A Virgem Maria viveu o quotidiano
de todas as mães. A sua vida era humilde e oferecida
a Deus através das ocupações de todos os dias :
o cuidado da casa e do quintal, o apoio a José no seu
trabalho, a educação de Jesus, a oração em família
e na sinagoga, a vida social e de vizinhança.
Como todas as mães do mundo... Como todas as mães...,
mas tendo por filho Aquele que se tornará o
Salvador do mundo! Assim se desenvolve em Nazaré,
onde Maria e José vão rodear de cuidados o Verbo de
Deus feito homem, durante os trinta primeiros anos da
sua vida terrestre (a sua vida "oculta"), toda uma
espiritualidade da vida familiar : a espiritualidade
de Nazaré, simples e imitável pelas nossas
famílias humanas.
Maria nasceu em Nazaré, de pais muito religiosos,
chamados Joaquim e Ana. Joaquim, da estirpe de
David (Lc 1, 32) e Ana da estirpe de Aarão
(Lc 1,5; 1,36. Mesmo sendo pequenos proprietários,
eram de condições econômicas modestas,
todavia eram ricos de santidade e de virtudes.
Maria, quando criança foi oferecida ao templo, para
a sua educação e o culto. Morou perto do templo,
onde viviam outras mulheres que cuidavam da
ornamentação (Es 38,8) e das orações. (Lc 2,36).
Aos 14 anos, deram-na em casamento a José, que era
carpinteiro e morava em Nazaré.
Todavia, Maria continuou a viver na casa da sua
família, ainda por um ano, que era o tempo estabelecido
dos Judeus, tempo entre o casamento
e a entrada na casa do marido.
E é ali que Ela recebeu o anúncio do Anjo Gabriel:
O anjo a cumprimenta "Cheia de Graça" (Lc 1,26)
e comunica que Ela será a Mãe do Messias,
do Filho de Deus. Maria, preocupada, pergunta como
seria possível à realização do que lhe foi comunicado
e, tendo tido a segurança da parte do Anjo que a sua
maternidade seria obra do Espírito Santo, diz:
"Eis a serva do Senhor, faça de mim segundo
a tua palavra" (Lc 1,38). Maria aceita com resignação,
devido ao profundo conhecimento das Sagradas
Escrituras e das iluminações particulares da graça,
dos sofrimentos que deverá enfrentar
o Messias, o Salvador.
Maria vai visitar a sua prima Isabel que se encontrava
nos seus últimos 3 meses de gravidez e fica com ela até
o nascimento do João Batista. Isabel morava na Judeia
que fica a 150 km da Nazaré, na Galileia.
Ao ouvir Isabel a saudação de Maria, saltou a criancinha
no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.
E exclamou em alta voz: Bendita és tu entre as mulheres
e bendito é o fruto do teu ventre! E donde me provém isto,
que venha visitar-me a mãe do meu Senhor?
Pois, logo que me soou aos ouvidos a voz da tua saudação,
a criancinha saltou de alegria dentro de mim.
Bem-aventurada aquela que acreditou que hão de se
cumprir as coisas que da parte do Senhor
lhe foram ditas. (Lc 1,42)
Maria não consegue segurar a sua felicidade e louva
a Deus no Cântico: "A alma minha magnífica o Senhor
e o meu espírito exulta em Deus meu salvador..."
Quando Maria volta à Nazaré, experimenta a
dolorosíssima experiência da perplexidade de José,
colocado de frente à uma maternidade que ele não
conhecia a causa (Mt 1,18). Maria sofre e cala.
Espera que Deus venha em sua ajuda. Em um sonho,
um anjo faz desaparecer as dúvidas de José que
apressa a cerimônia da festa de entrada na casa do marido.
Um edital de César Augusto que ordenava o
recensiamento (Lc 2,1), obriga o casal a comparecer
à cidade de origem, a Belém na Judeia.
A viagem é cansativa.
Seja pelas condições desconfortáveis, seja pelo
estado de Maria, já próxima a maternidade.
Não encontram onde dormir à Belém.
Maria dá a luz ao seu filho, em uma gruta na zona
campestre de Belém (Lc 2,7).
Alguns pastores vêm visitá-los
e ajudá-los (Lc 2,16).
Vindo o tempo da purificação, segundo a lei de Moisés,
vão ao templo para oferecer o primogênito ao Senhor.
No templo, encontram Simeão o qual anuncia a Maria
que uma espada traspassará a sua alma.
Chegam, do oriente, os Reis Magos à procura do recém-
nascido, rei dos Judeus. Com essa notícia, Herodes ficou
muito inquieto. Quando os Reis Magos encontraram
a criança ofereceram a eles dons e trouxeram à Sagrada
Família um pouco de consolação.
Depois da partida deles, um Anjo do Senhor apareceu a
José e o orienta a fugir com a família para o Egito.
Nisso Herodes procura a criança para matá-la.
A viagem é de 500 km e grande parte no deserto.
No Egito, eles vivem uma penosa experiência.
Após a morte de Herodes, a Sagrada Família se estabelece
a Nazaré (Mt 2,13), levando uma vida pobre, de trabalho
e devoção. Reencontramos Jesus no templo, à idade
de 12 anos, no episódio do seu desaparecimento
e descoberta, que já pensa a servir "o seu Pai" (Lc 2,41).
Não são descritos outros episódios. Presume-se que
passaram mais de 20 anos de trabalho e Jesus deixa sua
Mãe, já viúva e inicia a sua missão. Reencontramos Maria
no casamento de Caná, onde consegue de Jesus, o
seu primeiro milagre, em favor do casal.
Maria, às vezes seguia Jesus em suas peregrinações
apostólicas ( Lc 8,3).
Maria, durante a Paixão de Jesus, certamente o seguiu
no Sinédrio, nos acontecimentos da quinta-feira Santa,
na noite e na condenação à morte de Jesus, na flagelação
e na crucificação. Maria, debaixo da cruz do Filho, escuta
as suas últimas palavras. Ele dava, em custodia,
sua mãe, ao discípulo favorito (João).
Assim teve início a sua maternidade espiritual.
Depois da Ascensão, os Atos (1,14) lembram Maria junto
aos discípulos, unidos em oração comum,
esperando o
Espírito Santo. Assim Maria é o centro da vida da
Igreja nascente.
A tradição nos diz que Maria seguiu o apóstolo João e que
depois se adormeceu no Senhor onde logo depois
ressuscitou e foi recebida no céu.
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