quinta-feira, 27 de agosto de 2015

NOSSA SENHORA DE LA SALETE






Os dois pastorinhos - Maximin Giraud e Mélanie Calvat -
 tiveram uma visão da Virgem Maria numa montanha perto
 de La Salette, França, a 19 de setembro de 1846, por volta
 das três horas da tarde. Fazia muito sol.
Maximin Giraud e Mélanie Calvat haviam recebido apenas 
uma muito limitada educação.
A aparição consistia em três fases diferentes. 
As crianças viram, numa luz resplandecente, uma bela 
dama em um estranho costume, falando alternadamente 
em francês e no dialeto local do occitano .
 Ela estava sentada sobre uma pedra, e as crianças relataram 
que a "Belle Dame" estava triste e chorando, com seu rosto descansando em suas mãos. A Bela Senhora pôs-se de pé. 
E disse: "Vinde, meus filhos, não tenhais medo, aqui estou 
para vos contar uma grande novidade!"

"Se meu povo não quer se submeter, sou forçada a deixar cair 
o braço de meu Filho. É tão forte e tão pesado que não
 o posso mais."

"Há quanto tempo sofro por vós."
"Dei-vos seis dias para trabalhar, reservei-me o sétimo
e não o querem conceder! É isso que torna tão pesado o
 braço de meu Filho."
"E também os carroceiros não sabem jurar sem usar o nome
 de meu Filho. São essas as duas coisas que tornam tão 
pesado o Seu braço."
"Se a colheita for perdida a culpa é vossa (...) Orai bem, 
fazei o bem."

"Se a colheita se estraga, e só por vossa causa.
Eu vô-lo mostrei no ano passado com as batatinhas:
 e vós nem fizestes caso! 
Ao contrário, quando encontráveis batatinhas estragadas, blasfemáveis usando o nome de meu Filho. Elas continuarão assim e, neste ano, para o Natal, não haverá mais."

Então, as crianças descem até a Bela Senhora. 
Ela não parava de chorar. 
Segundo os relatos das crianças, a Senhora era alta 
e toda de luz. Vestia-se como as mulheres da região: vestido longo, um grande avental, lenço cruzado e amarrado
 às costas, touca de camponesa. 
Rosas coroavam sua cabeça, ladeavam o lenço e ornavam 
seu calçado. Em sua fronte a luz brilhava como um diadema. Sobre os ombros carregava uma pesada corrente.
 Uma corrente mais leve prendia, sobre o peito,
 um crucifixo resplandecente, com um martelo de um lado;
 E de outro, uma torquês. 
Assim a Bela Senhora falou em segredo a Maximino 
e depois a Melânia.

E novamente, os dois em conjunto, ouvem as seguintes 
palavras: "Se converterem, as pedras e rochedos se transformarão em montões de trigo, e as batatinhas serão semeadas nos roçados".
E a Bela Senhora conclui, não mais
 em patois, e sim em francês: "Pois bem, meus filhos, transmitireis isso a todo o meu povo."
 Terminou assim a aparição. 
Segundo as crianças, ela andava, mas as plantas de seus pés 
não esmagavam a relva, quase não dobravam os talos.
 Mélanie correu e a contemplou de novo lá no alto. 
E depois, segundo ela, viu o rosto e a figura da Senhora desaparecendo à medida que a luminosidade aumentava. 

Os Apóstolos dos Últimos Tempos

Nas suas aparições, Nossa Senhora de La Salette, tal como 
São Luís de Mantfort, falou dos Apóstolos dos Últimos Tempos. São Luís de Mantfort, na sua obra "Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria", profetizou o surgimento futuro daqueles a que o próprio santo chamou de "Apóstolos
 dos Últimos Tempos" e que viriam a ser confirmados, mais tarde, durante as aparições de Nossa Senhora em La Salette.

Durante a aparição de 19 de Setembro de 1846, decorrida na montanha de La Salette, Nossa Senhora, após dar o segredo, ditou à vidente Mélanie Calvat, palavra por palavra, uma regra para que se fundasse uma ordem religiosa com o nome de "Ordem da Mãe de Deus" e que se destinaria aos "Apóstolos
 dos Últimos Tempos".

No dia 3 de Outubro 1876, num interrogatório, Mélanie
 Calvat revelou ao Padre F. Bliard: "Esta ordem abrangerá:
 1º - Padres, que serão os Missionários da Santíssima Virgem 
e os Apóstolos dos Últimos Tempos; 2º - Irmãs religiosas que dependerão dos Missionários; 3º - Fiéis de vida secular que
 se queiram associar à obra. A finalidade desta nova ordem religiosa é a de trabalhar-se mais eficazmente na santificação
 do clero, na conversão dos pecadores e a de propagar o reino
 de Deus na terra inteira. 
As religiosas, tal como os missionários, são chamadas a 
trabalhar com zelo na salvação das almas pela oração e
 pelas obras de misericórdia corporais e espirituais. 
Quanto ao espírito da ordem, este deve ser o espírito dos primeiros apóstolos. 
A Santíssima Virgem caracterizou suficientemente este
 espírito, seja na regra que Ela me deu, seja no apelo aos Apóstolos dos Últimos Tempos em que finda o segredo".

Em relação aos "Apóstolos dos Últimos Tempos", Nossa
 Senhora de La Salette disse: 
"Eu dirijo um urgente apelo à Terra; chamo os verdadeiros discípulos do Deus Vivo que reina nos Céus; chamo os verdadeiros imitadores de Cristo feito Homem, o único e verdadeiro salvador dos homens; chamo os meus filhos, 
os meus verdadeiros devotos, aqueles que já se me
 consagraram, a fim de que vos conduza ao meu Divino
 Filho; os que, por assim dizer, levo nos meus braços,
 os que têm vivido do meu Espírito; finalmente, chamo os Apóstolos dos Últimos Tempos, os fiéis discípulos de Jesus
 Cristo que têm vivido no desprezo do mundo e de si próprios,
 na pobreza e na humildade, no desprezo e no silêncio,
 na oração e na mortificação, na castidade e na união com 
Deus, no sofrimento e no desconhecimento do mundo.
 Já é hora de que saiam e venham iluminar a Terra.
 Ide e mostrai-vos como filhos queridos meus.
 Eu estou convosco e em vós sempre que a vossa fé seja 
a luz que ilumine, e nesses dias de infortúnio, que o vosso
 zelo vos faça famintos da glória de Deus e da honra 
de Jesus Cristo."

No mesmo dia 19 de Setembro 1846, Mélanie teve uma visão: "Vejo os Apóstolos dos Últimos Tempos com os seus hábitos.
 Ele parece-se mais ou menos ao dos sacerdotes dos
 seus tempos. Numa extremidade da cinta, encontram-se 
estas três letras em encarnado: M.P.J. (Mourir pour Jesus - Morrer por Jesus). 
 Na outra extremidade as seguintes três letras em azul:
 E.D.M. (Enfant de Marie - Filho de Maria)".

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