domingo, 28 de dezembro de 2014

VIDA DE MARIA, APÓS A ASCENÇÃO DE JESUS





Depois da ascensão do Filho querido, viveu Maria, 
segundo a narração de Catharina Emmerich, três 
anos em Jerusalém e depois outros três anos em 
Betânia, em casa de Lázaro. São João, que sempre a 
acompanhava, levou-a para Éfeso, afim de a 
salvar da perseguição e ali viveu ainda nove anos.

         “Maria não morava propriamente em Éfeso, 
mas numa região onde já se tinham refugiado algumas 
das santas mulheres, suas amigas. A habitação de Maria 
achava-se numa colina, a esquerda do caminho de 
Jerusalém a Éfeso, cerca de três horas e meia de viagem,
 antes de chegar a Éfeso; a colina tinha uma subida suave,
 para o lado da cidade. Era uma região deserta, com
 muitas colinas férteis e belas, com grutas limpas, entre 
pequenas planícies arenosas; era deserta, mas não 
inabitável; havia muitas árvores isoladas, de troncos 
lisos e copas sombrias, em forma de pirâmide.

         Quando João trouxe a Santíssima Virgem para uma 
casa que lá mandara construir, já ali moravam várias 
famílias cristãs e algumas das santas mulheres, seja em 
grutas dos montes ou em subterrâneos, tornados habitáveis 
com alguma construção de madeira, seja em frágeis tendas; 
só a casa de Maria era de pedra.

         A Santíssima Virgem morava ali com uma 
jovem empregada. Viviam recolhidas em paz e sossego.
         João não morava na mesma casa; passava a maior 
parte do tempo em Éfeso ou arredores; fez também várias 
viagens a Palestina. Dava-lhe sempre a Santa Comunhão, 
rezava com ela a Via Sacra, dava-lhe a bênção e 
recebia-lhe também a bênção materna.

         No último tempo de estadia ali, vi Maria tornar-se 
cada vez mais recolhida no amor de Deus; quase não
 tomava mais alimento. Era como se só exteriormente 
estivesse na terra e com o espírito no outro mundo. 
Parecia não notar o que lhe acontecia em redor. 
Vi-a, nas últimas semanas antes
 da morte, já muito idosa e fraca e a criada a guiá-la
 às vezes pela casa.

         Uma vez vi João entrar lá. Tirou o cinto e vestiu 
outro, que tirou sob o manto e que era ornado de letras.
 No braço, pôs uma espécie de manípulo e 
no peito uma estola. A Santíssima Virgem veio saindo
 do quarto de dormir, revestida toda de uma veste
 branca, apoiando-se sobre o braço da criada. 
Tinha o rosto branco como a neve e como 
que transparente. A saudade parecia trazê-la como que
 suspensa entre o céu e a terra. Desde a ascensão de Jesus, 
todo o seu ser tinha a expressão de uma saudade 
infinita e sempre crescente, que parecia consumi-la. 
Dirigiu-se, com João, ao lugar de oração. 
Puxou uma fita ou correia; então se virou o 
tabernáculo na parede e a cruz que lá estava, apareceu.

         Depois de terem ambos rezado, ajoelhados, 
por algum tempo, levantou-se João e tirou do peito um 
vaso de metal; abriu-o de um lado, tirou de lá um invólucro 
de lã fina e deste, um lenço dobrado, de estofo branco,
 do qual retirou o Santíssimo Sacramento, em forma 
de um pedacinho de pão branco. Depois disse algumas 
palavras solenes e sérias e deu a Santíssima Virgem 
a Sagrada Comunhão.

         Por trás da casa, até certa distância, na
 encosta da montanha, Maria Santíssima fizera para si
 uma Via Sacra. Enquanto morava em Jerusalém, nunca
 deixara, desde a morte do Senhor, de percorrer-lhe o 
caminho da Paixão, chorando de saudade e compaixão. 
De todos os lugares do caminho onde Jesus sofrera, 
ela tinha medido a distância a passos: o amor imenso
 de Mãe extremosa, não lhe podia viver sem a 
contínua contemplação desse caminho doloroso.

         Pouco tempo depois de chegar àquela região, 
eu a via diariamente caminhar até certa distância,
 subindo a colina atrás da casa, nessa meditação da
] Paixão e morte do Filho amado. A principio ia 
sozinha, medindo pelo número de passos que tantas vezes
 contara as distâncias dos lugares onde Jesus sofrera
 certos tormentos. Em todos esses lugares erigia uma pedra ou, 
se havia ali uma árvore, marcava-a. O caminho conduzia a um bosque onde, numa elevação, marcou o Monte calvário e numa gruta de outra colina, o sepulcro de Jesus Cristo.





         Depois de ter medido, desse modo, as doze estações
 da Via Sacra, percorria-a, em silenciosa
 meditação, acompanhada da criada; em cada estação da
 Paixão se sentavam, recordando no coração o 
mistério do respectivo sofrimento e louvando ao Senhor 
por seu Infinito amor, com lágrimas de compaixão.
 Depois, arranjaram as estações ainda melhor e 
vi que, a Santíssima Virgem escrevia com um buril,
 na pedra assinalada, a significação do lugar, o 
número dos passos, etc. Vi também, depois da
 morte da Santíssima Virgem, os cristãos 
percorrerem esse caminho, prostrando-se por terra 
e beijando o chão”.
Texto retirado da net





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