sábado, 17 de janeiro de 2015

A CAMINHO DE BELÉM




    MARIA mudou de posição tentando ficar mais confortável.
 Ela já estava viajando por horas, montada num pequeno 
animal de carga. Logo à frente ia José conduzindo o 
animal, rumo à distante Belém. Maria sentiu de novo o 
bebê se mexer no seu ventre.
 Já fazia alguns meses que ela estava grávida; a Bíblia usa
 a frase “estado avançado de gravidez” para descrever como
 ela estava nessa ocasião. (Luc. 2:5) À medida que o casal passava por um campo após outro, alguns dos lavradores que estavam arando ou semeando talvez olhassem para eles e se perguntassem por que uma mulher naquela condição estaria viajando. O que Maria estava fazendo tão longe de sua casa
 em Nazaré?
 Tudo começou meses antes, quando essa jovem judia 
recebeu uma designação sem igual em toda a história 
humana. Ela teria um filho que se tornaria o Messias, 
o Filho de Deus. (Luc.1:5).
 A necessidade de fazer essa viagem surgiu quando se
 aproximava o tempo de Maria dar à luz. Durante a viagem, 
ela enfrentou vários desafios à sua fé.

 





A viagem para Belém

 José e Maria não eram os únicos que estavam viajando 

naquela época. Pouco antes, César Augusto havia decretado 
que fosse feito um registro no país, e para cumprir esse decreto
 as pessoas tinham de viajar para a sua cidade de origem. 
O que José fez? O relato diz: “José, naturalmente, subiu
 também da Galileia, da cidade de Nazaré, e foi à Judeia,
 à cidade de Davi, que se chama Belém, por ser membro da
 casa e família de Davi.” —Luc.2:1-4.
 Não foi por coincidência que César emitiu esse decreto 

naquela época. Uma profecia escrita uns sete séculos antes predisse que o Messias nasceria em Belém. Havia uma cidade chamada Belém que ficava a apenas 11 quilômetros de Nazaré. No entanto, a profecia especificava que era em “Belém Efrata” que o Messias nasceria. (Leia Miqueias 5:2.) Para chegar
 àquele pequeno povoado a partir de Nazaré, os viajantes percorriam uns 130 quilômetros de estradas montanhosas, passando por Samaria. Foi nessa Belém que José teve de ir 
se registrar, pois, essa cidade era o lar ancestral da família do
 Rei Davi — a família a que José e sua esposa pertenciam.

 



Será que Maria apoiaria a decisão de José de obedecer a
 esse decreto? Afinal, a viagem seria difícil para ela. 
É provável que fosse o começo do outono e, visto que
 a estação seca estava terminando, talvez ocorressem chuvas leves. Além disso, a frase ‘subiu da Galileia’ é apropriada,
 porque Belém ficava a uma altitude de mais de 760 metros
uma subida e tanto, e um fim exaustivo de uma viagem de
 vários dias. Essa subida talvez demorasse mais do que o
 normal, pois na situação de Maria pode ser que ela precisasse parar várias vezes para descansar. 
É nesse estágio da gravidez que a mulher mais deseja 
perto de casa, onde a família e os amigos estão prontos 
para ajudar quando começam as dores de parto. 
Sem dúvida, Maria precisava de coragem
 para fazer essa viagem.




 



A viagem para Belém não foi fácil
Apesar disso, Lucas escreveu que José partiu “a fim de ser registrado com Maria”. Ele também mencionou que Maria 

“fora dada a José em casamento, conforme prometido”. 
(Luc 2: 4, 5). Ser casada com José fez uma grande diferença 
nas decisões de Maria. Ela o considerava seu cabeça
 espiritual e aceitou de bom grado o papel de ajudadora,
 que Deus lhe deu, apoiando as decisões do marido. 
Assim, ser submissa ao marido com respeito a essa decisão poderia ser um teste de fé para Maria, 
mas ela simplesmente obedeceu.
 O que mais pode ter motivado Maria a obedecer? 

Será que ela sabia que o Messias nasceria em Belém, 
conforme predito? 
A Bíblia não diz, mas não podemos descartar
 essa possibilidade, pois tanto os líderes religiosos 
como o povo em geral conheciam bem esse fato.
 (Mat. 1- João 7:40-42).
 Com respeito ao conhecimento das Escrituras, a jovem 
Maria não era nada ignorante. (Luc. 1:46- 55).
De qualquer forma,
 quer Maria tenha decidido viajar em obediência a
 seu marido, a um decreto governamental, à própria
 profecia de Jeová, quer por causa de uma combinação
 desses fatores, ela foi um excelente exemplo. 
Jeová dá muito valor a um espírito humilde e obediente, 
tanto em homens como em mulheres.
 Em nossos dias, quando a submissão muitas vezes,
 parece ser uma das qualidades mais ignoradas, 
a atitude de Maria é um exemplo para pessoas fiéis
 em todo o mundo. 


 

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